domingo, 6 de março de 2016

Imensas ilhas ao acaso

E lá estavam elas, todas apinhadas e empoeiradas em imensas ilhas ao acaso. Mesmo a maresia não era capaz de inundar tanto pó que se formava nessas montanhas de tantas elas empilhadas.

(Sujeira às vezes é benéfica. Há quem declame odes à ignorância.)

Mas elas persistiam, e como persistiam(!), numa dança fora do ritmo, que insistia em misturar coisas imisturáveis. E tentar entender o que era incompreensível. E acalmar o que corria e se escorria pelas mãos...

(Ah... dicotomias da vida contemporânea - isso daria outro livro.)

E lá continuavam elas, nessas montanhas que faziam sentido nenhum nas imensas ilhas ao acaso. E, por pura bondade nossa, elas se ajeitavam em pequeninos grupos de ordem, que, talvez, pudessem significar alguma coisa.

(É preciso se afastar para ver a coisa toda: um capítulo só não faz história.)

E lá estão elas, palavras mudas tão eloquentes, tentando se entender nessas imensas ilhas ao acaso da minha biblioteca.

(Nem tão ao acaso, eu diria.)

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