quinta-feira, 2 de junho de 2016

Recusa

Foi um dia cansativo. Céus!

Então chegar em casa e tomar um banho quente era a prioridade. Claro, se o chuveiro não tivesse se recusado a funcionar... mas, pensando bem, banho frio também faz bem pra pele. Pra cabeça. Pra alma.

Depois de um banho gelado devido a forças do além, restava se esquentar com uma boa e enorme xícara de café. Ou chá de camomila - porque deveria se recolher em seguida.

Só que havia algo de errado naquela equação. E não era o chuveiro que protestava por ter de trabalhar às 10 de uma noite glacial. Nem o banho gelado que se seguiu por consequência. Nem a xícara de chá de camomila antes de dormir (porque isso não tem como ficar ruim).

Era algo que quase nem dava pra explicar. Algo que se sente, um sentimento ruim, uma sensação de medo, nostalgia, rancor. Tudo junto. Meio sem noção. Com muita pressa.

Uma pressa que fazia todo o chá de camomila do mundo não ser suficiente.

Uma pressa que sei lá.

Uma pressa que agonizava no tórax. Explodia na cabeça. Chacoalhava o pensamento.

Talvez aquele banho frio tivesse sido uma má ideia. Já havia uma conspiração, que todo mundo sabia, só ela não tinha visto ainda (o prédio estava em manutenção). Mas ela se recusou a recusar a ideia de que tinha por direito um banho quente depois de um dia tão estressante como aquele. E, principalmente, aquele.

Mas, ainda assim... havia algo de errado.

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