Passou a vida toda esperando o príncipe encantado. Olha, até que apareceram alguns candidatos corajosos à vaga, mas nenhum preenchia todos os critérios rigorosamente pré-estabelecidos. Sempre faltava alguma coisa nesses humanos imperfeitos.
É que enfiaram na cabeça dela que ela era uma princesa, digna de mordomias e não de um príncipe, mas de um subordinado que fizesse todas as vontades dela. Alguém que caísse a seus pés sem questionar nenhuma ordem, nenhuma dor de cabeça, nenhum planejamento de férias nem a criação dos filhos. Alguém que colocasse uma coroa de perfeição na cabeça dela, um sapatinho de cristal no pé, uma aliança de diamantes no dedo e muito dinheiro na conta bancária compartilhada. Alguém que enfrentasse todos os desafios do mundo só pra vê-la, todos os bandidos do mundo pra defendê-la, e todas as tempestades do mundo pra deixá-la em segurança.
Vocês já viram comédias românticas? Pois.
Ela passou a vida toda esperando a perfeição em forma de humano. Viveu infeliz, sozinha e rancorosa, que ironia. A vida é irônica, não é?
Ela passou a vida toda esperando o príncipe encantado. Não que eles não tenham se encontrado. É que ele nunca existiu.
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