quinta-feira, 4 de julho de 2013

O encontro no carro

Ele carregava os pés de 50 quilos cada por entre as paredes de um beco onde nunca estivera. A cabeça alternava os giros com pontadas fortes. Não sobrou muita coisa. Na verdade, ele deveria estar grato por ter sobrado um pinguinho de vida que se esforçava em não se esvair pelos dedos.

O sangue da testa já atrapalhava a visão, que se perdia no meio da falta de luz daquele lugar esquisito com um cheiro estranho. O estômago também doía, mas ele não sabia dizer o motivo. Talvez tenha apanhado ali, só que ele desconfiava que não era por isso. Nem por causa da sopa que tomara mais cedo.

Doía. O corpo todo. Doía mais o orgulho.

Ele sabia que três contra um era um tantinho covarde, mas como homem deveria ter se defendido. Deveria ter defendido a outra pessoa antes, e acima de tudo. E agora? Como ficará a menina de seus olhos marrons?

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