quinta-feira, 26 de junho de 2014

Vinte e sete

Vinte e oito.

Vinte e nove.

Há meia hora que meio gole de vinho ainda está na taça. Vinho barato, é verdade. Acho que mais barato ainda do que a taça (tem certeza de que era de vidro?) que o envolve. Ah, e tem o cigarro que insiste em se manter acesso, só em caso de alguém querer fumar.

E tem também aquele violão encostado na parede. Violão de cinco cordas e um capotraste improvisado que sequer faz cócegas. E um arranhão que dói na pele quando se olha para ele.

E a parede que antes era verde, hoje está mais verde ainda. E um pouco cinza. E com um efeito de textura de um gosto um tanto duvidoso (mas afinal, o gosto é de quem?).

Quarenta e três.

Quarenta e quatro.

Há quarenta e cinco minutos que meio gole de vinho ainda está na taça. Mas o cigarro desistiu de se manter aceso.

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