quarta-feira, 2 de julho de 2014

Por quê?

Um passo.

Silencioso.

De cada vez.

E o primeiro pé entrou no quarto. E o segundo. E o terceiro.

Até que, por fim, todos os seis pés já estavam na minha frente. E, ansiosos, batiam um dó, dó, dó no chão de madeira. Não tinha ré, nem mi, nem lá, nem si. Nem nada. Só dó, dó, dó. Um descambou pro lado e virou dô. Logo pensei: "mas que te dói?".

Desisti.

Um deles parou.

E em seguida, todos fizeram silêncio.

Até tentei fazer de conta que não percebi a súbita interrupção. Eles fizeram de conta que não perceberam que eu fiz de conta que não percebi a súbita interrupção.

E eles ficaram ali me olhando.

Por quê?

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