quinta-feira, 31 de março de 2016

Não era um dia qualquer

Não era um dia qualquer, desses que a gente se levanta, toma banho, toma café, toma porrada na cara, mas só não toma juízo. Não. Era um dia desses em que tudo parece ter um brilho estranho, mas comum, mas impressionante, mas mediano, e tudo ao mesmo tempo. Um brilho cinza de presságio: algo está por vir. Mas... oh céus, o que será?

Não era um dia qualquer, desses que a gente faz café, faz besteira, faz fofoca, mas só não faz amor. Não. Era um dia desses em que tudo parece deslocado, mesmo que em ordem; em que tudo parece fazer sentido, mesmo que tudo esteja um caos. Porque de repente, e não mais que de repente, vem uma epifania: estava tudo aqui, e há muito mais tempo do que parecia.

Não era um dia qualquer, desses que a gente tem náusea, tem fome, tem sede, mas só não tem uma companhia pra passar a noite que se aproxima. E a noite que se aproxima é fria, é pesarosa, é dolorida e é cruel.

Não era um dia qualquer. Mas devido a tão pouca semelhança com os demais, foi um dia que passou batido.

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