sábado, 18 de maio de 2013

Daí eu chorei de emoção

Estava eu mexendo nos meus livros hoje quando encontrei aquela carta que você me deu quando nos conhecemos, lembra? Não posso negar que um filme passou na minha mente. Chorei, confesso também.

Seus olhos cinzas, tão profundos quanto o universo, passearam pelo meu decote naquele dia. Aliás, naquela noite, porque estávamos no restaurante mais caro da cidade e você lá fazendo papel de tarado. Me lembro muito bem da vontade que eu tive de jogar aquele champagne na sua calça e ir embora.

Mas seus braços me desviaram a atenção. Aqueles músculos torneados, resultados de horas na academia, e tão destacados pela blusinha cor-de-rosa super coladinha que você usava, me foram a prova do que eu já desconfiava.

E a sua voz grossa mexeu com meus hormônios. Sim, sim, sim. Fiquei com vontade de te defenestrar quando me disse que não gostava de Foucault, preferia o último Honda Civic. Não acredito que você achou que eu estava falando de um carro! Logo eu, que sou tão a favor de bicicletas e comidinha verde.

E você ainda acreditou que eu acreditaria que aquela carta tinha sido escrita por você! Meu querido, o poema de Shakespeare veio bem a calhar: tudo terminou em tragédia.

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