quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A formiga

Se sentia como uma formiga. Tinha o tamanho de uma formiga. Mas não o era.

Tampouco a selva na qual se encontrava era verde. Ou se movimentava ao sabor do vento. Ou tinha ar fresco e céu azul.

Muito menos era silenciosa.

E a água que corria por ali era violenta. Sua fúria não se contentava em escorrer apenas pelo seu leito, que à noite descansava ardendo em ódio. Invadia todos os cantos que era possível. Levava consigo algumas coisas que ia encontrando no caminho. Algumas coisas e alguns animais.

Ninguém estava a salvo. Nem os maiores. E nem os mais fortes.

Se sentia como uma formiga. Tinha o tamanho de uma formiga. Mas não o era.

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